Monday, June 11, 2007

Ele a abraçou com toda a força do seu desejo. Sua pele ardia, implorava por algo mais. Ela, embriagada pelas lembranças e fantasmas do passado, simplesmente deixou-se abraçar, indiferente, embora seu corpo estivesse ardendo em meio àquelas gotas de desejo que tocavam sua pele. Sentiu seu corpo tremer ao sentir aquelas mãos grandes e firmes a abraçarem. A lua, imponente, saia de dentro do mar como uma mãe da a luz ao seu filho e, aos poucos, ia tecendo nas águas uma trilha prateada. A lua sempre a encantava.

Sentiu-se desejada, cobiçada, inatingível, inalcançável. Ela, assim como a lua, tornara-se causadora de suspiros. Mas os tais fantasmas insistiam em assombrá-la. Por que? Como pode alguém que nesse instante está tão distante atormentar seu mundo a ponto de tornar aquele momento tão sublime um pesadelo tão assustador quanto aos que tinha quando criança? Ela buscava respostas para essas questões, talvez até mesmo para o motivo de sua existência, enquanto ele continuava a conhecê-la como ninguém o havia feito, imerso em um poço de sensações.

Sim, seu corpo ardia como madeira plenamente acesa, que abrasava conforme o vento frio vindo do mar a tocava. Mas seu espírito não estava ali. Voara para longe, ao encontro do homem que se tornara dono dos seus sonhos, das suas noites, das suas lágrimas. Seu corpo, naquele momento, pertencia àquele ser cheio de libido, ardente em desejo, mas sua alma estava selada, trancada em um universo de onde jamais sairia, a não ser ao encontro de seu dono.

Nesse instante, perguntou-se porque se sentia assim. Como podia ela esperar e até mesmo entregar sua eternidade a um ser que jamais conheceria? Talvez ela jamais encontrasse respostas às suas indagações, a não ser as tímidas lágrimas que caíram, como uma fonte que nascia no mundo imaginário onde se escondia sua alma. Como resposta à pergunta feita pelo ser ardente em desejo que a possuíra como um faminto devora um pedaço de pão, um momento de silêncio. Um olhar fixo na trilha prateada, desenhada pela lua imponente sobre as águas profundas, infinitas, misteriosas, por onde ela sempre desejou caminhar, rumo a um destino desconhecido, como a mulher ali deitada. Sim, a lua sempre a encantava.

6 comments:

Adrian Masella said...

Muito boa a sua forma de escrever!!!
Adoro textos assim!!

Vou favoritá-lo!!

Abraços

Fabio Valentim said...

Seus textos são bastante interessantes. Dá um sensação de viagem. Vai estar no meus favoritos. Até mais.

Paula Negrão said...

A lua encanta qualquer ser.
Belíssimo texto!


beijos.

Paulo Fernando said...

Demais!

Abraçossssssssssssss

Má B. said...

Lindo e encntador o texto. Nos seduz e impulsiona a ler até que o ponto final apareça ^^


fiquei honrada cm o comentário, desculpa a demora, beijos!

Flaveetcho said...

É, a lua parece que fala com a gente.
Queria me ela me indicasse um caminho prateado. Pra ser ainda mais feliz, sabe?!

:*